sábado, 9 de outubro de 2010

Desmistificando a mídia


Quantitativamente a real participação da mídia na formação de opinião ainda é um dado intangível e de difícil previsão. Não se sabe ao certo o quanto os meios de comunicação influenciam na formação de uma consciência coletiva de determinada população. Como reflexo dos anseios da sociedade ou como veiculo manipulador de informação, o tema ainda permanece obscurecido por diversas correntes de pensamento difusas e antagônicas.
Fugindo de aprofundamentos teóricos desnecessários existem basicamente duas correntes que abordam a mídia como tema de estudo. Os que criticam, criaram a nomenclatura de “industria cultural”, pois segundo essa corrente os meios de comunicação de massa (MCM) atuam sobre o inconsciente do público reduzindo os telespectadores a formas de comportamento sujeitas ao conformismo e à dominação, contribuindo para a formação de indivíduos consumistas e tipicamente alienados. Enquanto que os favoráveis expõem o potencial formativo dos MCM, ao divulgar informações e incentivar a difusão de conhecimento, assumindo, assim, um importante papel na formação cultural do público.
 Diante da visão pessimista e nostálgica apresentada acima, Umberto Eco (1979) desenvolve uma teoria paralela que expõe as visões dos críticos da indústria cultural (denominados por ele como “apocalípticos”) e dos defensores dos meios de massa (chamados de “integrados”). Para Eco, os meios de comunicação de massa não são bons ou maus em si, suas conseqüências dependem dos usos que são dados pela sociedade.
No entanto várias teorias convergem no fato de que a mídia ao se tornar uma propriedade privada - controlada por uma elite restrita -, passa a ter o seu compromisso com a divulgação de informação de qualidade e de forma imparcial comprometida. As bases da atividade jornalística passam a ter  seus alicerces deteriorados pela busca incessante pelo lucro, derrubando governos, criando ídolos e ratificando costumes e maneiras padronizadas de se interpretar a realidade .
            Não tornar-se um público passivo e conformista é talvez um dos maiores desafios de nossa geração, vulnerável as técnicas de marketing e propaganda cada vez mais avançadas e sutis. Torna-se quase uma missão histórica a tomada de consciência da exploração e da manipulação que muitas vezes a população se vê sujeitada.

"Um povo ignorante é o instrumento cego de sua própria destruição". (Simon Bolívar)

(Edson de Sousa)

3 comentários:

  1. "Um povo ignorante é o instrumento cego de sua própria destruição". (Simon Bolívar)

    Esta frase

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  2. "Um povo ignorante é o instrumento cego de sua própria destruição". (Simon Bolívar)

    Esta frase foi um bem colocada no texto. Reflete a temática abordada.

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  3. Parabéns! Isso sim é um texto imparcial e muito bem informativo...sem ser cansativo. Mas fiquei um pouco curiosa quanto a opnião do autor sobre a questão da influência dos MCM. Afinal sendo isso um blog e não um jornal, não há problema em opinar, certo?

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