quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ideias Avulsas (Prefácio)

"Se procurar bem você acaba encontrando... Não a explicação (duvidosa), mas a poesia (inexplicável) da vida."
(C. D. de Andrade)

        Sons, ritmos, significados. Músicas sussurradas ao ouvido do surdo, versos expostos aos olhos do cego. Tudo unido e misturado, saturado e amplificado pela audácia de um (pseudo) jornalista, que imerso em seus pensamentos e descoberto pelo leitor-escafandrista, impaciente na descoberta de riquezas de mais algum tesouro esquecido no inenarrável  fluxo de consciência de dois aspirantes a adultos, transmutados em melancólicos vestibulandos que assistem os sofrimentos humanos com a riqueza de detalhes dos que observam a um espetáculo assistido de cima. Protegidos por um sistema desigual, protegidos por um aparato que transparece a sedutora ilusão de liberdade. Como não perceber que participamos do mesmo ficcional teatro de (más)caras?
        Tudo o que esse rascunho de pensamentos pode oferecer. Tudo o que o escapismo do historiador perdido em algum contexto histórico desconhecido pode oferecer se limita a consciência das correntes que nos prendem a caverna. Talvez a importância desse espaço seja simplesmente a reflexão que beira ao absurdo, pois, provavelmente os mais belos poemas não existiriam, se os grandes escritores não ousassem falar do ridículo, ou escrever sobre o incompreensível.               

Edson de Sousa
Pedro Forti
'A ti, que és grande e forte, a pobre fonte
Vem dar-te o que não tens, oh mar, doçura!'

 (Victor Hugo)

Um comentário:

  1. É sempre um prazer apreciar devaneios tão certos, em um mundo onde o concreto não faz o menor sentido... Sejam muito bem vindos!

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